Agricultura Sanjoanense: um caminho esquecido, mas competitivo - 30/08/2016
Agricultura Sanjoanense: um
caminho esquecido, mas competitivo*
De acordo com
a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, a
região de São João da Boa vista apresentou o maior valor de produção
agropecuária em 2015. No estudo divulgado em maio deste ano, dentre os 40
Escritórios de Desenvolvimento Rural do Governo do Estado, o nosso ficou à
frente de Barretos que foi o primeiro em 2014. O produto que mais dividendos
trouxe foi a cana-de-açúcar, seguida de café, batata e carne. Este resultado
deixa uma dúvida, pois ao mesmo tempo que nosso setor agrícola teve sua
representatividade no total do nosso PIB diminuído fortemente nos últimos 20
anos, continua pulsante. Aponta, com isso, um caminho, pois estes resultados
podem ser ainda melhores quando começarmos a colher os resultados do início do
curso de Engenharia agronômica na Unifeob.
Porém, vale
lembrar que esta primeira colocação é regional, e não só de São João. Aliás, em
levantamento feito por mim no início do ano passado junto à Fundação Seade, que
envolveu apenas municípios da região com PIB superior à R$1.000.000.000,00
(Pinhal, São João, Mogi Guaçu, Mococa, São José, Pirassununga e Porto
Ferreira), não fomos nem o terceiro que mais cresceu.
É
verdade que existe há muito tempo curso na área de agronomia em Pinhal, focado
em culturas permanentes, sobretudo café. Caso o curso de São João foque em
culturas temporárias, como cana, batata, soja e cebola (áreas que se destacam
muito na região), teremos uma infraestrutura universitária interessantíssima
para evolução no setor. Também merece destaque a produção de carne, dada a
presença já tradicional do curso de medicina veterinária no município.
Temos um arranjo institucional
interessante para formarmos um ambiente inovador em agropecuária, pelo menos no
que se refere ao meio universitário. É verdade que no tocante ao poder público
(federal, estatual e, sobretudo, municipal) deixa-se muito a desejar, como
também na atuação organizada da sociedade civil, bem diferente do que já foi
quanto tínhamos uma cooperativa agropecuária robusta funcionando aqui. Para que
se organize este setor produtivo voltando-o para a tecnologia, o primeiro passo
pode ser conhecer os atores não acadêmicos envolvidos na área. Fica a dica.
Artigo apresentado no youtube: https://www.youtube.com/watch?v=KDhAH2RrNV8
* Publicado originalmente no site do jornal O Município em 30/08/2016