Ambiente inovador em São João: notas de rodapé - 18/07/2016
Ambiente inovador
em São João: notas de rodapé
Considere-se que os dois principais espaços aonde
ocorrem as inovações são universidade e indústria: a primeira devido à chamada
terceira revolução universitária, na qual ela deixa de ser apenas celeiro de
conhecimento e passa a transformar os resultados de pesquisa científica em
produtos e serviços já dentro do campus; no setor produtivo temos a necessidade
de novos produtos e processos otimizadores para o ganho de competitividade.
Então, por que nos primeiros artigos aqui deste espaço optou-se por escrever a
respeito de iniciativas de fora destes dois espaços privilegiados?
Ter a medida da
dinâmica da inovação fora do meio acadêmico permite observar tanto as
consequências do ambiente científico no meio social quanto que demandas a
sociedade traz para o ensino superior, que necessidades ela tem e que, se
satisfeitas, cria-se uma simbiose entre sistema universitário e sociedade.
Por exemplo, ao
ensaiarmos um mapeamento das ações do Instituto Federal em outras escolas de
ensino médio ou atividades de Unifae, Unifeob e Unesp para este público criamos
um campo de pesquisa sobre difusão do interesse em Ciência, Tecnologia e
Inovação. Também o que se cria em cursos como o técnico em informática do
Senac, onde desenvolve-se produtos e serviços na área, serve de preâmbulo para
os futuros cientistas. Entender o que é feito em etapas anteriores à faculdade
permite compreender que diplomas estes jovens irão buscar no futuro, e que tipo
de empresas trazer para a cidade.
Conceber como
funciona e o que fazem setores organizados sem fins lucrativos como o Grupo de
Desenvolvedores Google nos ajuda a pensar sobre o modo com que os
empreendedores da inovação se socializam e criam no seu tempo livre. Para dar
certo, um ambiente de inovação precisa estar tanto no interesse pessoal, como
uma passionalidade pelo objeto de estudo, quanto nas ferramentas do instrumento
de trabalho.
Enfim, temos que
estar o mais atentos possível às tendências espalhadas pela sociedade; do casamento
entre elas e os cursos oferecidos por nossas instituições de ensino superior que
surgirá um parque industrial solidamente ancorado em alta tecnologia. Nossas
políticas públicas na área precisam, antes de qualquer coisa, sentir o que
estes três setores carecem. Por um bom tempo continuaremos tratando de todo
este universo de inovação que acontece fora dos muros das universidades, para
depois falarmos de como o meio acadêmico pode contribuir de verdade com nosso
desenvolvimento, em consonância com a sociedade e com nosso setor produtivo,
diversificado e complexo como em qualquer cidade promissora.
Artigo apresentado no youtube: https://youtu.be/i1im8BotIuU
* Publicado originalmente no site do jornal O Município em 18/07/2016