Um crepúsculo high-tech na casa do Empreendedor - 27/12/2016
Um crepúsculo high-tech na
casa do Empreendedor*
Em reunião com o pessoal do
Mantiqueira Valley, no último dia 15, tive a grata surpresa de saber que o
Sebrae já atua na área de de inovação tecnológica em nossa região. Segundo oAnalista de Cultura Empreendedora
e Políticas Públicas do Sebrae-SP Rafael Trefilho
Paulucci, que se dispôs a passar detalhes sobre a relação entre a
instituição e o ensino na região, existem vários programas já executados por
aqui que envolvem desde o ensino fundamental até o superior, tanto em
instituições públicas como privadas.
Um
universo guiado por criações de laboratório deixa quase tudo aparentemente
imprevisível. Estamos imersos em um ambiente econômico, social e cultural na
mais alta frequência de mutações, e se encontrar neste contexto exige
percepção, busca da informação, comprometimento e, sobretudo, persistência.
Perceber o que existe em um exato momento, escolher um foco e se comprometer
com ele, entender os inevitáveis erros buscando informações e persistentemente
usá-las para corrigir falhas são atitudes indispensáveis para todo e qualquer
movimento, e se resume em EMPREENDEDORISMO. Nenhuma instituição brasileira
mergulhou mais fundo neste conceito que o Sebrae, oferecendo programas desde o
ensino fundamental até universitário, em todas estas etapas temos iniciativas
funcionando em nossa região: do 1o
ao 9o ano do ensino fundamental temos o Jovens Empreendedores
Primeiros Passos (JEPP), e no ensino médio, Formação Jovens Empreendedores (FJE).
A sequência na preparação do jovem para ser protagonista deste mercado cheio de
enigmas com um destaque cada vez maior na economia mundial, são dois programas
voltados para o ensino superior: a Disciplina de Empreendedorismo e o Desafio
Universitário Empreendedor.
Na
“disciplina”, tivemos o treinamento de professores da Unifae, Unipinhal e
Unifeob, sendo que nesta última formou-se um grupo sólido de docentes que
passaram a monitorar desde 2013 as possíveis iniciativas de empreendedorismo
tecnológico nesta Instituição de Ensino Superior(IES) a partir das três etapas
propostas pelo Sebrae: a) compreensão da dinâmica do mercado, b) prototipagem
de negócios e oportunidades (onde utilizam uma metodologia semelhante ao Design
Thinking, o Sebrae Canvas) e c) Plano de Negócios. Esta abordagem, já usada em
São João, permite amadurecer a transformação de inovações surgidas em
laboratório em negócios, pedra elementar na formação de um Polo de Tecnologia.
O
resultado da implantação deste programa salta aos olhos, dado não apenas o
expressivo número de inscrições no segundo programa citado neste artigo, o
“Desafio”, como também os excelentes resultados, sendo que alunos da Unifeob
chegaram até a terceira e última etapa, a Final Nacional Presencial. Este tipo
de competição é importante não para estimular o jovem a inovar e criar produtos
em potencial, mas principalmente, pela capacitação profissional e pessoal, pelo
desenvolvimento de competências durante o processo. Mesmo quem não vai longe,
aprende a adaptar sua criatividade aos padrões exigidos pelo mercado, assim o
aluno deixa de ser apenas um acumulador de informação e torna-se ator
principal.
Parece
nítido que junto a nossas instituições de ensino superior, o ator local mais
preparado para ajudar a ambiente de inovação aqui na Terra do Crepúsculo é o
Sebrae: não estamos falando em potencial, mas sim de ações que já existem. Já
possuem iniciativas implantadas e relações sólidas com os demais setores
envolvidos. Claro que ainda existem pontas soltas, e muito ainda a ser
aprimorado, mas já demos os primeiros passos. O Sebrae possui todos os
elementos estruturantes, basta encaixar as demais instituições neste modelo que
já existe e deixar funcionar.
* Publicado originalmente no site do jornal O Município em 27/12/2016