São João-São José dos Campos: foco no que há de melhor - 08/08/2016
Na última
semana representantes da Agência de Desenvolvimento, Assessoria
de Planejamento e Gestão,Unifae e Instituto Federal visitaram o Parque
Tecnológico de São José dos Campos, um dos primeiros a serem oficializados no
Sistema Paulista de Parques Tecnológicos (SPTec), e disparado o mais avançado
Sistema Local de Inovação do país. Para quem está focando no setor aeronáutico,
estamos falando de um dos mais avançados do mundo.
Ninguém chega a este tamanho em
poucos anos: no caso de São José foram décadas, forte investimento público e
privado, engajamento total das instituições de ensino superior, e empresas que
se instalaram lá. Não se trata do desenvolvimento de iniciativas locais, mas
empresas de fora trazendo e investindo em inovação. É bem verdade que não temos
garantia nem do investimento público, muito menos do privado, mas uma lição tem
que ficar desta visita: o modo como funciona um sistema de incubação de ponta.
As incubadoras, sistemas de apoio em
gestão com subsídios para microempresas de base tecnológica, foram e são o
principal mecanismo através do qual o resultado das pesquisas científicas das universidades
chegam ao mercado e, há mais de década, é a base da política nacional de
inovação, inspirada no paradigma da Hélice Tripla de Loet Leydesdorff
(Universidade de Amsterdã) e Henry Etzkowitz (Universidade de Stanford).
Ter conhecido a forma
com que pré-incubação, incubação e pós-incubação acontecem neste Parque
Tecnológico certamente foi a experiência mais proveitosa desta viagem. Isso
porque, mesmo que os rumos de nosso Polo de Tecnologia se distanciem da
aeronáutica, o modelo de gestão de um ambiente de inovação começa nesta célula
básica.
Para que esta experiência nos leve a
um modelo local de incubação tecnológica precisamos que nossas instituições de
ensino superior se articulem de modo a criarem seus programas próprios de
gestão de startups, casando o melhor modelo brasileiro com aquele roteiro
exposto por João Gabriel Nora e Cristiano Censoni, divulgado por mim neste
espaço há dois meses atrás. Temos que ouvir os representantes que foram a esta
visita, e à partir do que eles apresentarem certamente teremos um modelo para
começar nosso ambiente de inovação da base, prestigiando os agentes que aqui
surgirem.
Publicado originalmente no site do jornal O Município*